terça-feira, 27 de dezembro de 2022

Ana Moser comandará Esporte com desafio de reconduzir pasta ao status de ministério

Escolhida por Luiz Inácio Lula da Silva para ser ministra do Esporte, Ana Moser tem no currículo, além de uma medalha olímpica, um passado recente de dedicação a projetos de gestão e a políticas públicas na área.

Foi esse perfil, dizem pessoas do setor, sob reserva, que a cacifou para o cargo. Ela é vista com bons olhos por ONGs, atletas e também por confederações, e o anúncio deverá acontecer nesta semana, junto com o restante dos ministros do futuro governo.

Um dos principais desafios da futura ministra será reconduzir a pasta ao status de ministério -o Esporte foi rebaixado a secretaria especial por Jair Bolsonaro .

Por outro lado, à frente da ONG Atletas Pelo Brasil, nos últimos anos ela foi uma das articuladoras da sociedade civil em prol da Lei Geral do Esporte e do Plano Nacional do Desporto.Ambos, como a própria destacou em entrevista à Folha de S.Paulo no final de 2021, são pilares para o redesenho da política pública esportiva, junto com o Sistema Nacional do Esporte.

«O esporte brasileiro tem muito pouco em termos de estrutura pública. Ele resiste, se vira e até se amplia por conta da organização da sociedade civil. O que é péssimo, porque só o poder público é capaz de criar estruturas em escala nacional», afirmou ela na ocasião.

Como integrante do Conselho Nacional do Esporte, ela ajudou a desenhar o projeto de política pública para o esporte baseado nesses três pilares defendidos por ela.

Reflexo disso, por exemplo, é que a maior fatia das verbas da Lei de Incentivo ao Esporte é captada para projetos de rendimento -atualmente, segundo o portal do governo federal, pouco mais de 50% do total captado pelo mecanismo até hoje é para essa rubrica.

Desde que se aposentou das quadras, em 1999, Moser vem se dedicando à democratização do esporte, à prática educacional, de inclusão e voltada para a saúde.

Em 2001, ela fundou o Instituto Esporte e Educação, organização que realiza projetos para atendimento sobretudo da população de baixa renda. Em 2005, em parceria com a Unicef e com o canal ESPN Brasil, criou a Caravana do Esporte, «movimento de ação e mobilização social pelo direito das crianças ao esporte, ao lazer, à educação e à cultura», como diz a página do projeto.

Segundo seu instituto, a iniciativa já atendeu, indiretamente, quase 3 milhões de crianças entre 7 e 14 anos, em cidades com baixo IDH . Do Folhapress

Nenhum comentário:

Postar um comentário