Bahia recebe três prêmios de qualidade de cacau em concurso nacional
Outra categoria onde a Bahia recebeu prêmio foi a blend, com a terceira colocação para Alexandre Buhr Magalhães, da Fazenda Ouro Verde, em Maraú. “Uma fazenda é uma empresa, precisa lucrar. E, pra isso, é preciso mudar o formato de plantio, manejo e comercialização. Eu tento cada vez mais trazer os funcionários para esse novo mundo”, comenta Alexandre, que celebra o prêmio e as possibilidades comerciais que ele pode trazer.
Revelação
O Pará, que já vem se sobressaindo na produção nacional de cacau, foi o ganhador do prêmio na nova categoria experimental, que avaliou o cacau obtido a partir de processos de pós-colheita diferenciados e inovadores. Dona do Sítio Santo Onofre, em Medicilândia, Cristiane Ferreira busca maneiras de aperfeiçoar suas amêndoas desde o processo de colheita, passando por fermentação controlada e secagem cuidadosa. “Ao longo desses mais de 30 anos sempre buscamos inovar e nos diferenciar, pois o leque de possibilidades nessa área é muito grande. Ainda temos muito o que aprender, mas atribuo esse prêmio à nossa persistência e dedicação”, pontua a produtora paraense.
Neste ano, 63 produtores dos estados da Bahia, Pará e Espírito Santo se inscreveram no concurso e 27 foram selecionados para as últimas etapas de avaliação, que envolveram análise sensorial do líquor e degustação do chocolate. “Independentemente de quem ficou em primeiro, segundo ou terceiro lugar, todos os estados foram representados e premiados. São todos merecedores”, destaca Cristiano Villela, diretor científico do Centro de Inovação de Cacau (CIC) e presidente do Comitê Nacional de Qualidade de Cacau Especial. Para a gerente do CIC e jurada técnica do concurso, Adriana Reis, não houve vencedores e sim premiados, pois as notas finais dos lotes ganhadores foram muito próximas. “Alguns não entraram na lista dos premiados por apenas um décimo”, comenta Adriana.
A maior parte da produção de cacau dos participantes do concurso vai para a venda em commodity, mas os produtores vêm investindo cada vez mais na produção de amêndoas especiais, que requerem maior cuidado no plantio, manejo, colheita, fermentação e armazenamento, e são vendidas no Brasil e exterior como cacau fino, com maior valor agregado, para a produção de chocolates de origem.
O II Concurso Nacional de Cacau Especial é uma iniciativa conjunta da cadeia de cacau, apoiada pela Barry Callebaut, Cargill, Dengo, FAEB/SENAR, Harald, Mondelez, Gencau (Theo) e executado pelo CIC em parceria com a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC).
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