Notícias em Destaque

'Não deixo a tristeza me abater', diz Patrícia que perdeu movimentos das pernas após ser vítima de bala perdida em Ilhéus


A diarista Patrícia Santos, de 31 anos, está há nove meses acamada após perder os movimentos das pernas, depois de ser atingida por uma bala perdida no centro da cidade de Ilhéus, no sul da Bahia, em outubro de 2020.

“Apesar de tudo, eu não deixo a tristeza me bater. Tenho muita fé em Deus de que isso é uma fase, que a gente passa na vida. Essa onda que veio, tenho muita fé que, logo, vou sair dessa. Tenho esperança de voltar andar, trabalhar, fazer minhas coisas”, contou Patrícia.

Patrícia estava na fila de uma agência bancária, quando foi atingida por uma bala perdida em um tiroteio que aconteceu no centro da cidade, no dia 6 de outubro de 2020. Além dela, uma pessoa morreu e outra mulher também ficou ferida.

Na época, a polícia informou que o suspeito do crime fugiu a pé, mas logo em seguida teve a ajuda de um carro na fuga. Em entrevista à TV Santa Cruz, afiliada da TV Bahia, Patrícia relembrou como tudo aconteceu.

“Eu estava aguardando na fila. Se eu não me engano, tinha umas seis ou sete pessoas na minha fila, eu já estava na porta, quando ocorreu o barulho. Lembro que teve o primeiro disparo, mas a gente não imaginou que seria um tiroteio no centro da cidade".

“Quando olhei para trás, vi aquela multidão toda. Acho que fui atingida quando estava correndo”, relembrou.

Após ser baleada, ela foi socorrida para o Hospital Costa do Cacau, que fica em Ilhéus. Patrícia foi baleada na região da coluna, o que causou a perda dos movimentos das pernas.

Por causa da lesão, ela não consegue ficar sentada, e vive apenas deitada na cama. Patrícia, que era uma pessoa muito ativa, relatou que precisou deixar de trabalhar.

“Eu saí andando, com saúde, e quando retornei para casa, dentro de uma ambulância, é uma coisa que dá desespero”, contou.

Patrícia mora sozinha e conta com ajuda de amigos e vizinhos. A mãe dela mora na cidade, mas sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e, por causa disso, não pode cuidar da filha.

“É uma luta diária, e graças a Deus, colocou anjos na minha vida, que me ajudam bastante. Três famílias me acolheram como família”, disse.

Rogério Gonçalvez é um dos amigos que ajuda Patrícia. Segundo ele, ela ainda não recebe o benefício do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

“A gente começou a correr atrás, em busca de ajuda para Patrícia. Até então, ela não recebe o benefício do INSS. Já foi agendada uma avaliação social para ela, e depois, uma perícia médica. A gente resolveu ir para as redes sociais pedir ajuda, e graças a Deus, as pessoas têm nos ajudado”, detalhou Rogério.

Sobre o não recebimento do INSS, uma equipe do órgão foi até a casa de Patrícia na terça-feira (13) para realizar a avaliação. Agora, ele aguarda a perícia médica.

Enquanto segue a vida. Patrícia diz que tem esperança de voltar a ter os movimentos das pernas. Para isso, ela busca tratamento na Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação, em Salvador. Conteúdo do G1

Nenhum comentário