Pobres e negras estão na ponta da superexploração do tráfico de drogas
As mulheres entraram no mercado de drogas para sustentar a família, passaram por uma série de atos de violência e acabaram se tornando usuárias abusivas de drogas para esquecer ou lidar com essa violência. A pesquisadora acompanhou mulheres usuárias de crack em Salvador e consumidoras de pasta base no Uruguai. Ao buscar ajuda, essas mulheres também encontram pouco apoio nos serviços públicos, acrescenta Luana.
Alguns companheiros fazem uso da alegação de que a mãe usa drogas em disputas judiciais pela guarda dos filhos. “Uma mãe não pode ter contato com seu filho. Então ele é tirado de sua guarda, levado para alguém da família que possa cuidar dele. Geralmente é outra mulher negra – uma avó ou uma tia”, diz Dina Alves.
A Secretaria Nacional de Política sobre Drogas (Senad) do Ministério da Justiça propõe ações para geração de renda e apoio às comunidades. Em março, a pasta lançou um edital, que fica aberto até 21 de abril, para divulgar projetos de apoio a mulheres que usam drogas. A secretária reconhece a situação extremamente frágil a que as mulheres são submetidas nos mercados ilegais.
A Senad está sendo recomposta pelo atual governo. Volta a coordenar, em diálogo com o Ministério da Saúde, não apenas os aspectos repressivos da política de drogas. Luana Malheiro defende que a redução de danos deve ser entendida de forma ampla e se colocar à frente das ações repressivas. Conteúdo Agencia Brasil
Nenhum comentário