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Novos temperos para a economia de Ilhéus

Avenida Soares Lopes ganha Food Park, valorizando a gastronomia e a economia local, além de propor regularização dos comerciantes, garantindo boas práticas e segurança alimentar

Ilhéus começa a temperar o próprio futuro. A inauguração do novo Food Park na Avenida Soares Lopes não é apenas mais um endereço para comer bem, é um convite para repensar como a cidade pode ocupar seus espaços, organizar suas atividades e transformar vocações em oportunidades. Segundo o prefeito Valderico Júnior, a obra seria entregue antes da próxima temporada turística, garantindo que moradores e visitantes pudessem aproveitar o espaço já na primavera e verão.

O projeto promete reunir food trucks e empreendimentos gastronômicos em um só local, oferecendo estrutura, segurança e estética padronizada, além de contribuir para a valorização do centro da cidade. Trata-se de um espaço pensado para moradores, turistas e pequenos empreendedores, com a finalidade de oferecer mais uma alternativa de lazer e da rica gastronomia ilheense. O empreendimento, talvez até minimize uma ação que sempre me incomodou. Ilheenses responsáveis pelos passeios turísticos, ao invés de oferecer opções nas cidades vizinhas, possam apresentar um pouco mais de Ilhéus ali, logo ao lado dos receptivo (que, nas temporadas de cruzeiros, trazem, cerca de 100 mil turistas para passar o dia, que seja em nossa cidade). A revitalização da ciclovia e a implantação de passarelas também reforçam a ideia de um espaço seguro e acessível para todos.

Por outro lado, nem tudo é simples. Muitos donos de food trucks enfrentam incertezas. A regularização, embora necessária, pode ser burocrática e custosa e há receio entre eles, da perda de clientes conquistados ao longo dos anos em locais já tradicionais. Para esses comerciantes, participar das decisões não é apenas um direito, mas uma necessidade, afinal, é o futuro de seus negócios que está em jogo.

É nesse ponto que a participação popular se torna fundamental, marcando presença em audiências públicas, buscando as autoridades para conversas, organizando-se em categoria, para assim, poderem abrir espaço de diálogo. Ações essenciais para que o processo de ordenamento seja transparente e justo, permitindo que empreendedores, poder público e comunidade equilibrem interesses e encontrem soluções viáveis para todos. Não se trata de uma decisão imposta de cima para baixo, mas de uma construção coletiva, em que Ilhéus sai ganhando e os comerciantes podem planejar seus próximos passos com segurança.

No fim, o Food Park pode simbolizar mais que mesas e sabores. Pode ser uma grande oportunidade de ocupação responsável, estímulo à economia local e um teste de como Ilhéus lida com seu território. E quando todos trabalham juntos, moradores, empreendedores e autoridades, a cidade tem a chance de se transformar em espaço de pertencimento e crescimento. O desafio é equilibrar expectativa e cuidado, garantindo que cada tempero seja também uma oportunidade concreta para quem vive e faz a cidade acontecer. 

Por professor Emenson Silva

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